Projeto Música na Escola resgata cultura caipira em Hortolândia

Durante os meses de junho e julho, Orquestra de Viola Caipira realiza concertos nos colégios da rede pública da cidade; objetivo é resgatar e divulgar a cultura do interior 17/06/2019

Desde 2012, as festas juninas e julinas das escolas da rede pública de Hortolândia são animadas pela Orquestra de Viola Caipira da cidade. As apresentações fazem parte do projeto Música na Escola, coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura, que durante todo o ano leva semanalmente para as escolas apresentações da banda municipal e da Orquestra de Viola Caipira.

A Orquestra de Viola Caipira se apresentou neste sábado, dia 17 de junho, na Festa do Milho de Hortolândia, no bairro Campos Verdes Segundo o gerente da Secretaria Municipal de Cultura e maestro da Orquestra de Viola Caipira, Tim Mendes, o objetivo do projeto é aproveitar as festas típicas de junho e julho para celebrar e preservar as heranças culturais caipiras do interior do estado, nas escolas. Ele também é responsável pela estrutura musical da orquestra. A direção artística é de Mauri Lima, caçula da dupla Chitãozinho e Xororó e a coordenação dos trabalhos fica a cargo do idealizador do projeto, Francisco Borges Almeida, mais conhecido na cidade por Mestre Chiquinho. “Hoje vemos nas escolas que as crianças desconhecem a música de raiz”, diz o maestro. Na sua opinião, a música sertaneja, que é conhecida das crianças e adolescentes, não representa a cultura do interior. “As canções sertanejas sequer falam da vida rural, então os estudantes deixam de conhecer a cultura verdadeiramente caipira”, analisa. Francisco Borges Almeida também coordena projetos de dança de Catira

Para Mestre Chiquinho, levar a música de raiz às escolas é importante para preservar a cultura local. “A moda caipira não é a que está na mídia hoje”, afirma. “Desde 1982 eu coordeno projetos voltados à população hortolândense, principalmente de preservação da cultura caipira”.

De acordo com ele, a música caipira, que é característica do interior, prevaleceu intacta até 1953, antes das influências externas, principalmente do Paraguai. Ritmos como o rasqueado, guarânia, polca, chamamé, tango e bolero são apenas alguns dos gêneros que se misturam ao que hoje é interpretado como sertanejo de raiz. “A música caipira sofreu muita influência cultural e a população, por falta de informação, acaba se confundindo”, avalia. Projeto Há dez anos o projeto Cultura Caipira existe na cidade de Hortolândia. Inicialmente Mestre Chiquinho caminhou com as próprias pernas para montar Orquestra de Viola Caipira. Em 2011, o então prefeito Ângelo Perugini (PDT) apoiou a iniciativa por meio de recursos financeiros. Atualmente a prefeitura, ainda sob o comando de Perugini, fornece uniformes, locais de ensaio e transporte para as apresentações em outras cidades da região e até mesmo em outros estados. Este ano a orquestra abriu vagas para os oito núcleos culturais da cidade, cerca de cinco vagas para cada. De acordo com Mestre Chiquinho o número é baixo em função da incerteza de candidatos. Ao todo, os projetos de cultura caipira ofereceram 85 vagas na cidade e aqueles que se interessarem podem entrar em contato com a Secretaria de Cultura de Hortolândia por meio do e-mail cultura@hortolandia.sp.gov.br ou pelo telefone 3965-1400, ramal 7507.