Fotorreportagem

O ensaio fotográfico sobre apanhadores de café foi o primeiro trabalho fotográfico que realizei. Foi o trabalho do semestre de jornalismo fotográfico e, graças a greve dos caminhoneiros, nós alunos perdemos o acesso aos materiais da faculdade. O jeito foi improvisar. Eu utilizei a Canon PowerShot SX500 que tinha em casa mesmo. No dia 1º de Junho de 2018 o ônibus de excursão que veio de Areado trouxe 39 apanhadores. O veículo sai da cidade por volta das 5h40 da manhã e cada dia vai para um campo de plantação diferente.

Antes do trabalho começar os trabalhadores têm 15 minutos de descanso da viagem e aproveitam pra tomar café. Vilma (61) e Sueli (47) trazem consigo a marmita e os sacos onde irão armazenar o café colhido ao longo do dia. Ambas herdaram o trabalho, por assim dizer. Desde quando conseguem se lembrar suas famílias estiveram trabalhando no ramo da agricultura. Apanham café desde a adolescência.Em 2018 iniciaram as atividades no mês de Maio e a perspectiva de término era para agosto. Ambas são de Areado e durante o resto do ano trabalham com faxina e bicos, respectivamente.

O trabalho é designado por duplas, cada uma delas é responsável por no mínimo uma "rua" (fileira) da plantação por dia. O ofício dos apanhadores de café é comum no país desde a época do Brasil-colônia.

Os apanhadores colhem em média de 3 a 9 medidas de café, os “balaios”, dependendo de seu próprio desempenho e também da qualidade e das adversidades do campo de plantação. Em Conceição da Aparecida no sul de Minas Gerais é comum que durante a época "das panha" trabalhadores venham de outras cidades ou até mesmo outros estados para ganhar sua renda.

Luvas são necessárias para fazer o trabalho de maneira ágil e sem machucar as mãos. O trabalho antes realizado por escravos e imigrantes sofreu certo impacto com o avanço das tecnologias, mas ainda hoje é realizado manualmente em grande parte.

Luvas são necessárias para fazer o trabalho de maneira ágil e sem machucar as mãos. Quem cultiva prefere o trabalho manual, pois o maquinal muitas vezes danifica a plantação e torna inútil o investimento feito durante o cultivo.

Antes do café ir para os sacos é necessário tirar o excesso de folhas do meio dele.

No fim de tarde o responsável pela próxima etapa vai coletar e contabilizar o que foi apanhado.

Antes do café ser depositado na carreta os “balaios” são medidos e registrados no nome de cada apanhador, uma vez por semana eles são pagos pelo seu serviço. O balaio estava valendo nove reais no dia da foto.

Após coletado o café vai para seu próxima etapa: a secagem.